O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (10), Projeto de Resolução (PRS 53/2020) que dá aos gabinetes hoje ocupados pela liderança do PSD o nome de Espaço Arolde de Oliveira, em homenagem ao ex-senador, falecido em 21 de outubro de 2020, aos 83 anos e durante o mandato, vítima de covid-19. A proposta é de autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA) e teve relatório favorável do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
A liderança do PSD ocupa os gabinetes 20, 21 e 22 da Ala Senador Teotônio Vilela, no Anexo 2 do Senado Federal, e manterão a nomenclatura mesmo que sejam transferidas para a liderança de outro partido ou que passem a ser usadas para outras finalidades – como gabinetes de senadores.
Em seu relatório, Nelsinho destacou a carreira política “vitoriosa” de Arolde, que foi deputado federal por nove mandatos consecutivos antes de se eleger senador, em 2018. Para Nelsinho, o colega levou ao PSD sua “lucidez e ampla experiência”.
— Muito teria ainda a contribuir, com o país e com esta Casa Legislativa, não tivesse nos deixado abruptamente – lamentou o senador.
Otto Alencar afirmou que Arolde foi “um homem correto, digno e honrado” e merecedor da homenagem. Ele lembrou que a última relatoria praticada pelo colega como senador foi a da reforma da Previdência dos militares (Lei 13.954, de 2019), aprovada por unanimidade em dezembro de 2019.
— Ele teve uma participação curta no Senado, mas mostrando sempre a sua maneira de ser, muito sincera. Era um engenheiro da área de telecomunicações, que conhecia muito bem, e trabalhou em favor da tecnologia no Brasil inteiro. Tem uma folha muito grande de serviços prestados ao Brasil.
Correligionários do senador fluminense, os senadores Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e Carlos Fávaro (PSD-MS) também aprovaram a homenagem, referindo-se a Arolde como um “professor”.
Biografia
Arolde de Oliveira nasceu em São Luiz Gonzaga (RJ) em 1937. Depois de concluir o ensino fundamental, mudou-se para Porto Alegre (RS) e lá iniciou a carreira militar, em 1954, ao ingressar no curso de preparação de cadetes. Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e, em 1960, entrou para o Instituto Militar de Engenharia (IME), formando-se em Engenharia Eletrônica. Nos anos seguintes, trabalhou no setor privado.
Concorreu a deputado federal em 1982 e conquistou uma suplência, exercendo o mandato algumas vezes durante a legislatura. Em 1986 foi eleito pela primeira vez para a vaga titular de deputado federal, sendo reeleito nos 8 pleitos seguintes. Na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), foi presidente da Subcomissão da Ciência e Tecnologia e da Comunicação. Além da carreira parlamentar, também foi secretário de Serviços de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro (RJ) e secretário estadual de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro.
Arolde era também fundador da MK Music, uma das maiores gravadoras de música gospel do país. Nas eleições de 2018, obteve mais de 2,3 milhões de votos para senador pelo estado do Rio de Janeiro.